E la vinha ele, embriagado, zonzo e cansado, depois de toda carraspana.
Pelo caminho, de todas criaturas lhe cruzavam o rumo. Um cíclope lhe mirava, adimirado com o zigue-zaguear das pernas, que lembrava uma costura no pano rasgado. Mais a frente trupicou em seu próprio porre. Talvez, assustado com tal horroridade que ao certo nem sabia se existia realmente. E, antes de retornar a sobriedade dos pensamentos, um novo trago, - um terço do mesmo veneno que o deixara em tal estado que sobrou em sua garrafa. Saiu do bar, enxotado, com a garrafa presa em baixo do braço, como se fosse sua companheira naquela noite. A única que talvez o entendesse. Torceu até cair a última gota. E iludido, imaginava na boteja a boca que osculava outrora. A mesma que não saia de seus pensamentos, e estava a milhas de distância, sem saber o que ocorria, não poderia fazer caso de tal situação. O abandonara dia antes. Como pode, indivíduo vivido dar crédito a contos de fadas? Sozinho, a cabeça pesava e no bolso, só restava alguns míseros trocados, que não lhe permitia chegar ao destino imaginado muito menos ao aconchego de sua cama. O chão já não estava tão frio, e seu único cigarro, amassado, dormiu em sua boca, apagado. Nem o barulho dos carros incomodava mais. O sono era mais pesado que toda a carga que carragou até aquele escolhido, forçadamente, lugar. Parecia nunca mais acabar, e quando abre os olhos... um braço macio por sobre seu corpo limpo. A cama era quente, e o perfume inconfundível. Antes de se levantar, fez amor por horas seguidas. A única coisa que lhe passou na cabeça no momento, não voltar a dormir.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
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